Império do Espírito Santo dos Altares

A Irmandade do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade da freguesia dos Altares, concelho de Angra do Heroísmo, fica situada ao Patim.

A construção do seu império teve lugar no início do século passado, no ano de 1903. As coroações iniciam-se no denominado Domingo da Pascoela e vão até ao Domingo da Trindade. Os bodos realizam-se nos dias de Pentecostes e da Trindade.

A Irmandade do Divino Espírito Santo e da Trindade da freguesia dos Altares tem como património imobiliário o referido império e a despensa, que foi construída em 1960. A data da Fundação desta Irmandade é desconhecida, porém há registos da aprovação dos seus estatutos por alvará, datado de 03/11/1885.

Na década de sessenta do século passado, ocorreu a divisão das comemorações deste culto e, por conseguinte, do povo da freguesia, por ocasião da criação dos novos estatutos da Irmandade “dados a assinar pelo Senhor Bispo D. Manuel Afonso de Carvalho”. As opiniões dos habitantes desta paróquia divergiram a favor e contra o referido documento, facto que motivou a formação de dois grupos de pareceres distintos.

A favor da opinião do Prelado Diocesano estavam os apelidados de “Saiotes” liderados pelo, então, pároco Inocêncio Romeiro Enes. Aqueles que se opunham às novas alterações eram denominados de “Terroristas”.

Este ambiente adverso levou à divisão das comemorações e das instalações, sendo que os “Terroristas” passaram a comemorar o culto do Espírito Santo no 1º Domingo do Bodo (Pentecostes) e criaram um 3º bodo, no império.

Os “Saiotes” celebravam a sua festa no 2º Domingo do Bodo, (Santíssima Trindade) no lugar do Largo da Igreja e criaram uma nova filarmónica para abrilhantar a sua festa.

Finda esta divisão, na década de setenta, as duas irmandades fundiram-se dando origem à que hoje existe nesta freguesia.

No que concerne propriamente à festa do Espírito Santo, os bodos são organizados e realizados pelos mordomos nomeados para cada ano e pelos imperadores (pessoas a quem lhes saiu em sorte as domingas).

Nos sábados e no domingos do bodo, as coroas são levadas em procissão para o império e lá permanecem para adoração dos fieis.

No sábado são expostas, benzidas e distribuídas as esmolas, compostas de carne, pão e vinho. Este trabalho é realizado pela comissão do império.

No domingo as festas iniciam-se com o cortejo de casa do imperador para a igreja paroquial, onde é celebrada missa de festa e a coroação, seguindo-se-lhe a distribuição o bodo, pão e vinho, pelas pessoas presentes, ficando as coroas expostas no império para veneração e receção de oferendas em dinheiro ou géneros, por parte dos fieis para pagamento de promessas.

No final da tarde o imperador leva, em cortejo, para o império géneros alimentares que guarnecem os apetites dos presentes. A comissão do bodo também prepara os seus petiscos. Assim se passam e vivenciam as tardes dos bodos, cujo arraial é abrilhantado pela filarmónica da freguesia.

No segundo bodo, Domingo da Trindade, procede-se à extração dos pelouros que ditam os imperadores para os seis domingos do Espírito Santo e dos dois bodos para o ano seguinte. Também, nesta ocasião é nomeado o mordomo para o novo ano.

Fonte: http://roteirodesazores.com/festa/irmandade-do-divino-espirito-santo-e-da-santissima-trindade-da-freguesia-dos-altares/

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