Império do Espírito Santo das Cinco Ribeiras

O Império do Espírito Santo das Cinco Ribeiras, fica localizado na freguesia das Cinco Ribeiras, concelho Angra do Heroísmo, situado no Largo Padre Belarmino José da Silva.

O Império ostenta no seu frontispício a data de 1886, porém este é já o segundo. O primeiro situava-se à Ribeira do Mouro, no início da canada do Pilar. O documento mais antigo da Irmandade do Espírito Santo, independente da de Santa Bárbara, é a gravação seguinte na salva da respetiva coroa: “Pertence ao Império de N.S. do Pilar e feita em 1825″.

No interior deste império, existe uma placa comemorativa do seu centenário, celebrado em 1986.

Foram procuradores dos bodos desse ano: Heriberto Herculino Silveira Brasil e José Gabriel P. da Silva, os quais não deixaram passar esta data sem a respetiva celebração. Neste império, existem três coroas: a da irmandade do Divino Espírito Santo, com a data de 1825, a da irmandade da Santíssima Trindade, sem data e uma terceira oferecida, em 2002, pelos procuradores desse ano, Srs. José Manuel Vieira da Rosa e Luís Henrique Furtado Nogueira.

Esta última é, hoje, denominada de “Coroa das Promessas”. A Devoção ao Divino Espírito Santo nas Cinco Ribeiras vem de tempos imemoriais. No Domingo do Espírito Santo (Pentecostes) tem lugar a coroação.

Assim, a coroa sai de casa do procurador em procissão para a igreja ou de um local mais próximo, caso esta fique muito distante. À porta do centro de culto, a coroa e as pessoas que integram o cortejo são recebidos pelo pároco, dando-se, de seguida, início à missa festiva de coroação, que costuma ser muito concorrida e participada.

No final da celebração é colocada a coroa pelo sacerdote na cabeça do procurador, ou das pessoas que ele designar, e a imposição do cetro que é empunhado pelos coroados. Depois desta cerimónia segue-se um pequeno cortejo até ao Império acompanhado pela Filarmónica de Nossa Senhora do Pilar.

Enquanto a coroa aguarda no Império, procede-se, no coreto, à extração do pelouro que irá ditar o Procurador daquele bodo no ano seguinte. É uma regra, ou pelo menos assim tem acontecido, que o Procurador seja sempre um homem casado.

Entretanto, vai-se servindo no Terreiro, a todas as pessoas que ali se encontram, massa doce, vinho e sumo. Depois, já no salão da Casa do Povo, uma “Função” é servida a um numeroso grupo de convidados e ajudantes. Este tipo de refeição consta de três pratos: sopas do Espírito Santo, cozido e alcatra, acompanhados de pão e massa sovada, terminando com o arroz doce servido em travessas e enfeitado com desenhos feitos com canela, alusivos à ocasião.

A função é servida no salão na presença das três coroas, duas bandeiras e 8 varas. Á noite a coroa volta para o Império. Há iluminação e arraial animado por um concerto de filarmónica e arrematação das oferendas, principalmente alfenim e massa sovada.

Na segunda-feira continua a iluminação e arraial com novas arrematações e, habitualmente, com a exibição de um grupo musical contratado ou de outra natureza diferente, mas que proporcione um bom espetáculo.

Durante os intervalos da parte cultural é efetuada a “apresentação de contas” ao público presente.

Na terça-feira, realiza-se a “Ceia dos Ajudantes” e afixam-se no placar da Casa do Povo as contas do bodo, não esquecendo de guardar uma boa verba para a tourada. A ceia termina com a entrega de um cheque ao procurador do ano seguinte, com o que se apurou nesse ano.

É-lhe entregue também a coroa para a levar para casa, sendo uma das suas obrigações cuidar da mesma e mandá-la limpar, se necessário. Após o segundo bodo, que decorre de forma semelhante ao primeiro, e para acabar a festa, tem lugar a tradicional tourada organizada conjuntamente pelos dois procuradores.

Fonte: http://roteirodesazores.com/festa/imperio-do-divino-espirito-danto-das-cinco-ribeiras/

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